A Clínica Porto da Pedra, em São Gonçalo, atualmente, é um prédio abandonado. A unidade foi descredenciada do SUS depois que investigadores descobriram que ela recebia por atendimentos que nunca foram feitos.
Um morador, que tem medo de mostrar o rosto, foi uma das vítimas de fraude. Nos arquivos da Clínica, há registros de que ele foi atendido mais uma vez por um ortopedista, mas a consulta só existiu no papel.
Ele alega que nunca frequentou a Clínica Porto da Pedra para fazer exames ortopédicos, mas havia registro em seu nome, inclusive, de um exame de Raio-X.
Também foram descredenciados a Clínica Médica e Oftalmológica Veja Bem, a Clínica Médica Odontológica Barro Vermelho e o Laboratório de Análises Clínicas Dr. Nívio Pedro Martini.
Pelos cálculos do Ministério Público, a fraude chegou a R$ 35 milhões. O esquema funcionava da seguinte forma: funcionários copiavam a assinatura dos pacientes atendidos em clínicas conveniadas ao SUS e, com essas assinaturas falsas, eles lançavam no sistema consultas que nunca foram feitas, mas que eram pagas às clínicas, com o dinheiro do SUS. O grupo também fazia pedidos falsos de exames e o dinheiro pago aos laboratórios ficava com a quadrilha.
As fraudes também incluíam o escritório de advogados Oliveira e Prates, assessoria jurídica. Ele seria responsável por organizar a papelada que era enviada ao SUS. A sede deveria ficar no bairro Jardim Alcântara, na Rua Jovelino de Oliveira Viana, 200, só que o endereço do escritório não existe. A empresa de fachada foi criada pra facilitar a captação de dinheiro. Os registros mostram que mesmo sem sede nem funcionário, a conta bancária do escritório recebeu R$ 640 mil em três anos.
Dinheiro desviado serviu para campanhas políticas
O Ministério Público constatou que o dinheiro desviado do SUS serviu pra financiar campanhas políticas do ex-vereador de São Gonçalo Aristeo Eduardo Teixeira da Silveira, o Eduardo Gordo; que chegou a ser presidente da Câmara, e também na campanha do filho dele, o deputado estadual Aristeu Raphael Lima da Silveira, o Rafael do Gordo, do PMDB.
Os investigadores dizem que Eduardo Gordo comprou imóveis com o dinheiro desviado da saúde. Um deles é um terreno que fica em Cachoreiras de Macacu.
Entre os acusados ainda estão Ana Maria Viegas de Lima; que é mãe do deputado Rafael do Gordo; o ex- procurador do município e ex-secretário de habitação de São Gonçalo, Alberto Carlos Porto Diaz André; e três ex-secretários de saúde do município: Paulo César de Castro, Einars Wilis Sturms e Marcio Panisset.
Delegado autua por tortura suspeitos de espancar e pintar jovens, no Rio
O delegado Cláudio Vieira, titular da 4ª DP (Praça da República) autuou pelo crime de tortura Jaelson Cabral dos Santos, de 33 anos, e Marvin Martins dos Santos, de 25 anos. Eles são suspeitos de torturar e pintar com spray três jovens, que estariam grafitando muros na Saara, no Centro do Rio, em janeiro deste ano (parte da sessão de agressões foi filmada, veja no vídeo abaixo). A polícia ainda investiga também se um PM estaria envolvido na ação criminosa.
As vítimas reconheceram, na delegacia, os dois suspeitos da agressão. O delegado pediu a prisão temporária dos dois, que vão responder pelo crime em liberdade.
Segundo as vítimas, os suspeitos são seguranças da Saara. E um deles gravou o vídeo no qual eles são pegos e torturados e depois divulgou as imagens em redes sociais. Nas imagens, os três rapazes aparecem só de cueca, pintados de branco, no chão enquanto os agressores passam tinta vermelha em spray no rosto deles. Assustados, eles ainda são espancados com uma barra de ferro. Um deles teve a perna quebrada.
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