quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

SÃO PAULO - Chuva abre cratera, que 'engole' carro em Sapopemba, na Zona Leste de SP

As fortes chuvas que atingiram a Zona Leste de São Paulo na tarde de quarta-feira (25) abriram uma cratera na Rua Davi de Melo Lopes, em Sapopemba, informou o SPTV desta quinta-feira (25). Um carro foi "engolido" pelo buraco. Ninguém se machucou.
A Zona Leste foi a regiao mais castigada pelas chuvas, com vários córregos transbordados. Além da ocorrência na via do bairro Cardoso Franco, a água subiu e arrastou carros em Guaianases, próximo à estação de trem da CPTM.
O córrego do Oratório, no limite entre São Paulo e Santo André, transbordou e a água invadiu as ruas, provocando o tombamento da casa. A ponte que passa sobre o córrego ficou submersa.
 Com a forte chuva de quarta-feira (24) uma adutora rompeu e engoliu um carro na Rua Davi de Melo Lopes, no bairro Cardoso Franco, em Sapopemba, na zona leste de São Paulo (Foto: Ale Vianna/Eleven/Estadão Conteúdo) Com a forte chuva de quarta-feira (24) uma adutora rompeu e engoliu um carro na Rua Davi de Melo Lopes, no bairro Cardoso Franco, em Sapopemba, na zona leste de São Paulo
“Eu não sei pra onde eu vou, eu não sei o que vai acontecer. Eu só sei que no momento eu estou desabrigada”, disse uma moradora da região.
À noite, quando a água abaixou, houve um protesto contra as frequentes enchentes e alagamentos.
O Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE) afirmou que alertou as cidades e áreas ao redor do córrego do Oratório sobre o risco de inundação. Por isso, foi possível tirar as pessoas em segurança. Segundo o órgão, as casas atingidas são ocupações irregulares em área de risco.

Segurança de SP cria formulário para classificar se documentos terão sigilo Publicação do Diário Oficial de São Paulo apresenta formulário que será produzido por autoridade civil e militar quando alguém solicitar acesso às informações de documentos da pasta da Segurança Pública (Foto: Reprodução / Diário Oficial do Estado de São Paulo)


Uma semana após o governo de São Paulo recuar da decisão de decretar sigilo prévio sobre informações de documentos da Secretaria da Segurança Pública (SSP), o secretário Alexandre de Moraes determinou a criação de um formulário para autoridades civis e militares classificarem os dados que venham a ser solicitados. Caberá a elas decidir se uma informação poderá ser divulgada ou se tornar sigilosa. A resolução da pasta foi publicada na edição desta quinta-feira (25) do Diário Oficial (DO) do Estado.
Procurada para comentar o assunto, a assessoria de imprensa da SSP informou que iria se posicionar sobre os questionamentos.

Para Juliana Sakai, coordenadora de pesquisa da Transparência Brasil, a nova resolução da Segurança que criou o Termo de Classificação de Informação (TCI) vai criar mais burocracia para se pedir uma informação (leia abaixo). Além de pesquisadores, jornalistas, por exemplo, também requisitam dados para realizar reportagens.

No dia 18 deste mês, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) publicou decreto em que recuou em relação ao sigilo prévio imposto pelo Estado sobre informações em documentos. A decisão ocorreu após críticas relacionadas a divulgação pelo DO de tabelas com 22 documentos da Segurança que passaram a ter sigilo e seus respectivos prazos _alguns chegavam a 100 anos.

Resoluções de outros secretários também foram publicadas determinando sigilos em documentos do Metrô, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP). Críticos às medidas entendiam elas não eram transparentes e impediriam o livre acesso às informações.

Após a polêmica, Alckmin transferiu a servidores a responsabilidade de avaliar se documentos públicos podem ou não ser repassados à população. Desde outubro, quando alterou pela primeira vez a regulamentação de São Paulo para a Lei de Acesso à Informação (LAI), cabia aos secretários de Estado e ao procurador-geral do Estado a atribuição de editar tabelas de classificação de assuntos como sigilosos.

Mas de acordo com o DO, a partir desta quinta-feira, a classificação de documentos da SSP, por exemplo, será feita por “autoridades classificadoras”. A resolução informa que caberá a Moraes designar “os servidores públicos civis e militares que deverão analisar os pedidos de documentos, informações ou dados, no prazo previsto em lei”.
Detalhe do formulário  (Foto: Reprodução / Diário Oficial do Estado de São Paulo)Detalhe de como funcionará o pedido de informações
Ainda segundo a publicação do Diário, o Termo de Classificação de Informação será elaborado todas as vezes que alguém requerer “informações dados ou documentos” diretamente aos servidores da Segurança, Polícia Militar [PM], Polícia Civil [PC] e Superintendência da Polícia Técnico-Científica [SPTC]”.

Sem as tabelas definindo previamente quais são os documentos caracterizados genericamente como sigilosos, a nova orientação publicada no DO determina que o sigilo só poderá ser aplicado após análise de cada pedido e com fundamentação. No caso de um documento for negado, caberá recurso por quem requisitou a informação.

O texto do DO libera informações sobre condutas que impliquem "violação dos direitos humanos praticada por agentes públicos ou a mando de autoridades públicas, que não poderão ser objeto de classificação em qualquer grau de sigilo nem ter seu acesso negado".
Caberá a autoridade civil ou militar analisar pedido de informação e determinar se ela é sigilosa ou não (Foto: Reprodução / Diário Oficial do Estado de São Paulo)Caberá a autoridade civil ou militar analisar pedido de informação e determinar se ela é sigilosa ou não, segundo formulário acima
Burocracia
Para Juliana Sakai, coordenadora de pesquisa da Transparência Brasil, no entanto, a análise de autoridades e a elaboração de formulários posteriores aos pedidos de informações será mais um entrave para quem quiser ter acesso a dados da Segurança.
“O formulário é o resultado da revogação das tabelas. Está padronizando algo. Em si não é algo ruim, mas gera um processo burocrático para cada entidade pedir acesso e correr o risco de ter o acesso negado”, disse Juliana à equipe de reportagem.
“O problema está na disposição da Secretaria da Segurança Pública em abrir certos dados, algo que ocorre desde outubro", disse a pesquisadora. "O que parece é que eles [integrantes da SSP] estão tentando impor sigilo em alguns documentos que eles não querem compartilhar com a mídia, pesquisa e população para não terem de responder por isso posteriormente”.

Ainda segundo Juliana, a nova resolução “tira um pouco do secretário [Moraes] a responsabilidade de negar à informação a alguém que a peça”.

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