Os manifestantes são contra o fechamento de escolas e transferência de alunos das unidades após a definição de ciclos únicos de ensino. Para liberar o trânsito, a Polícia Militar chegou a usar bombas de efeito moral em alguns pontos.
Na Faria Lima, perto da Avenida Rebouças, houve correria após a PM usar bombas de gás. Às 10h20 a avenida, que chegou a ficar totalmente bloqueada, já estava liberada. Poucos minutos depois, os estudantes fecharam outra parte da via e, novamente, a polícia usou armamento químico para dispersar o grupo.
Mais cedo, na Avenida São João, perto da Angélica, houve um princípio de tumulto com a Polícia Militar. Bombas de efeito moral chegaram a ser usadas para dispersar o grupo.
Em nota, a SSP informou que “lamenta que os manifestantes continuem desrespeitando a Constituição Federal, deixando de realizar o prévio aviso sobre os locais onde irão atuar e bloqueando integralmente as grandes vias de acesso, de maneira a impedir o legítimo direito de ir e vir de estudantes e trabalhadores”.
A pasta acrescenta que “permanecerá atuando para impedir que haja dano ao patrimônio, seja público ou privado, incitação de crime ou tumultos e badernas nas ruas, que prejudicam o acesso de milhões de paulistas ao trabalho”. “A Polícia Militar acompanha os protestos para resguardar a integridade física de todos os cidadãos e o direito à manifestação.”
Com cadeiras, um grupo de manifestantes bloqueou a Marginal Pinheiros, no sentido de Interlagos, na altura da Ponte Eusébio Matoso. O trânsito ficou lento na região. O grupo liberou a via por volta das 8h20. Às 9h40, outro grupo de alunos parou duas faixas da pista local, sentido Rodovia Castello Branco, na altura da Ponte Transamérica.
Na Marginal Tietê o bloqueio acontecia na pista local, sentido Rodovia Castello Branco, na altura da Ponte do Piqueri. Alunos também interditaram a Estrada do M'Boi Mirim, na altura da Avenida Guarapiranga, em ambos os sentidos.
Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), houve outros pontos de manifestação: na Rua Doutor Albuquerque Lins, altura da Praça Marechal Deodoro; e na Ponte do Socorro, sentido Centro.
A Avenida João Dias chegou a ser interditada na altura do terminal, mas a via foi liberada e os manifestantes foram para a calçada. O local chegou a ter 1 km de lentidão devido ao reflexo do bloqueio.
Outra manifestação aconteceu na Avenida Professor Francisco Morato, na altura da Jorge João Saad. A via foi rapidamente liberada. A Avenida Heitor Penteado, na altura da Avenida Pompeia, foi interditada em ambos os sentidos.
A série de protestos prejudicou o trânsito na cidade. Segundo a CET, o pico foi de 81 km às 11h. O índice, porém, está longe do maior congestionamento registrado neste ano: 181 km em 15 de junho.
Catracas
Os atos não se restringiram às ruas. Um grupo de pessoas com cadeiras escolares pularam a catraca da estação Butantã do Metrô, da Linha 4-Amarela. Os seguranças tentaram conter, mas os manifestantes conseguiram passar sem pagar.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse que há motivação política por trás dos protestos de estudantes nas ruas da capital. Desde segunda-feira (30), alunos da rede estadual passaram a bloquear importantes vias em protesto contra a reorganização escolar.
"Não é razoável obstrução de via pública, é nítido que há uma ação política no movimento. Há um nítida ação política", disse o tucano em evento no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, no Morumbi, Zona Sul da capital. "Ainda mais na Doutor Arnaldo. Só o Instituto do Câncer são mil pacientes por dia que precisam ter acesso", disse, ao citar o ato desta quarta. A avenida é considerada uma das mais importantes da cidade, pois liga a Zona Oeste à Avenida Paulista e fica na região do Hospital das Clínicas.
03/12/2015 08h45
- Atualizado em
03/12/2015 12h41
Estudantes voltam a interditar vias de SP contra reorganização escolar
Ação da Polícia Militar com bombas para liberar vias causou tumulto.
Segundo a Secretaria da Segurança, quatro pessoas foram detidas.
ACOMPANHE O TRÂNSITO EM SÃO PAULO EM TEMPO REAL
Os manifestantes são contra o fechamento de escolas e transferência de alunos das unidades após a definição de ciclos únicos de ensino. Para liberar o trânsito, a Polícia Militar chegou a usar bombas de efeito moral em alguns pontos.
Na Faria Lima, perto da Avenida Rebouças, houve correria após a PM usar bombas de gás. Às 10h20 a avenida, que chegou a ficar totalmente bloqueada, já estava liberada. Poucos minutos depois, os estudantes fecharam outra parte da via e, novamente, a polícia usou armamento químico para dispersar o grupo.
Mais cedo, na Avenida São João, perto da Angélica, houve um princípio de tumulto com a Polícia Militar. Bombas de efeito moral chegaram a ser usadas para dispersar o grupo.
Em nota, a SSP informou que “lamenta que os manifestantes continuem desrespeitando a Constituição Federal, deixando de realizar o prévio aviso sobre os locais onde irão atuar e bloqueando integralmente as grandes vias de acesso, de maneira a impedir o legítimo direito de ir e vir de estudantes e trabalhadores”.
A pasta acrescenta que “permanecerá atuando para impedir que haja dano ao patrimônio, seja público ou privado, incitação de crime ou tumultos e badernas nas ruas, que prejudicam o acesso de milhões de paulistas ao trabalho”. “A Polícia Militar acompanha os protestos para resguardar a integridade física de todos os cidadãos e o direito à manifestação.”
Com cadeiras, um grupo de manifestantes bloqueou a Marginal Pinheiros, no sentido de Interlagos, na altura da Ponte Eusébio Matoso. O trânsito ficou lento na região. O grupo liberou a via por volta das 8h20. Às 9h40, outro grupo de alunos parou duas faixas da pista local, sentido Rodovia Castello Branco, na altura da Ponte Transamérica.
Na Marginal Tietê o bloqueio acontecia na pista local, sentido Rodovia Castello Branco, na altura da Ponte do Piqueri. Alunos também interditaram a Estrada do M'Boi Mirim, na altura da Avenida Guarapiranga, em ambos os sentidos.
Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), houve outros pontos de manifestação: na Rua Doutor Albuquerque Lins, altura da Praça Marechal Deodoro; e na Ponte do Socorro, sentido Centro.
A Avenida João Dias chegou a ser interditada na altura do terminal, mas a via foi liberada e os manifestantes foram para a calçada. O local chegou a ter 1 km de lentidão devido ao reflexo do bloqueio.
Outra manifestação aconteceu na Avenida Professor Francisco Morato, na altura da Jorge João Saad. A via foi rapidamente liberada. A Avenida Heitor Penteado, na altura da Avenida Pompeia, foi interditada em ambos os sentidos.
A série de protestos prejudicou o trânsito na cidade. Segundo a CET, o pico foi de 81 km às 11h. O índice, porém, está longe do maior congestionamento registrado neste ano: 181 km em 15 de junho.
Catracas
Os atos não se restringiram às ruas. Um grupo de pessoas com cadeiras escolares pularam a catraca da estação Butantã do Metrô, da Linha 4-Amarela. Os seguranças tentaram conter, mas os manifestantes conseguiram passar sem pagar.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse que há motivação política por trás dos protestos de estudantes nas ruas da capital. Desde segunda-feira (30), alunos da rede estadual passaram a bloquear importantes vias em protesto contra a reorganização escolar.
"Não é razoável obstrução de via pública, é nítido que há uma ação política no movimento. Há um nítida ação política", disse o tucano em evento no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, no Morumbi, Zona Sul da capital. "Ainda mais na Doutor Arnaldo. Só o Instituto do Câncer são mil pacientes por dia que precisam ter acesso", disse, ao citar o ato desta quarta. A avenida é considerada uma das mais importantes da cidade, pois liga a Zona Oeste à Avenida Paulista e fica na região do Hospital das Clínicas.
"A polícia dialoga, a polícia conversa, a polícia pede para as pessoas saírem, a polícia dá tempo de as pessoas saírem. Agora, não pode prejudicar quem precisa trabalhar, é preciso ter o mínimo de bom senso", disse o governador.
Jovens reclamam da PM
Entre a noite de terça e o início da tarde desta quarta (2), oito pessoas foram detidas em dois atos: um na Avenida Nove de Julho e outro, na Doutor Arnaldo. Nesta quinta não havia relatos de detenções.
Na madrugada de quarta, um casal detido após o ato na Avenida Nove de Julho também disse ter sido vítima da truculência da PM. "Me jogaram no chão, começaram a me rasgar e me levaram para o camburão", disse a roteirista Tatiana Tavares. "Eu entendo que eles tenham que fazer o trabalho deles, mas eu acho que não é dessa forma truculenta, jogando a gente no camburão.”
Outros dois menores saíram da delegacia acompanhados pelos pais. Eles disseram que foram abordados por policiais militares enquanto protestavam. “Eles bateram com o cassetete no meu braço, aí eu caí no chão e eles me arrastaram. Na hora que eu levantei para poder levarem para o camburão, colocaram o cassetete no meu pescoço e começaram a enforcar e levar”, disse um dos adolescentes.
A ação dos policiais segue orientação dada pela Secretaria da Segurança Pública (SSP). Em entrevista exclusiva ao G1 na terça, o secretário da Segurança, Alexandre de Moraes, disse que a Polícia Militar (PM) vai intervir sempre que for preciso para impedir que alunos bloqueiem as principais vias de São Paulo.
“Para resumir, bem resumido, a função da Secretaria da Segurança Pública e da polícia nesses acontecimentos é garantir que não haja dano ao patrimônio público. E não haja confusão, não haja briga entre quem queira assistir aula e quem não queira", disse Moraes. "E também nós não vamos permitir que fiquem agora obstruindo as vias principais de São Paulo."
Alckmin acrescentou que está disposto a conversar com os alunos. "Nós estamos permanentemente abertos ao diálogo com os estudantes, professores, pais e alunos. Tanto é que nós já desocupamos mais de 50 escolas através do diálogo.” A falta de diálogo é a principal queixa dos estudantes que ocupam mais de 190 escolas em todo o estado.
03/12/2015 08h45
- Atualizado em
03/12/2015 12h41
Estudantes voltam a interditar vias de SP contra reorganização escolar
Ação da Polícia Militar com bombas para liberar vias causou tumulto.
Segundo a Secretaria da Segurança, quatro pessoas foram detidas.
ACOMPANHE O TRÂNSITO EM SÃO PAULO EM TEMPO REAL
Os manifestantes são contra o fechamento de escolas e transferência de alunos das unidades após a definição de ciclos únicos de ensino. Para liberar o trânsito, a Polícia Militar chegou a usar bombas de efeito moral em alguns pontos.
Na Faria Lima, perto da Avenida Rebouças, houve correria após a PM usar bombas de gás. Às 10h20 a avenida, que chegou a ficar totalmente bloqueada, já estava liberada. Poucos minutos depois, os estudantes fecharam outra parte da via e, novamente, a polícia usou armamento químico para dispersar o grupo.
Mais cedo, na Avenida São João, perto da Angélica, houve um princípio de tumulto com a Polícia Militar. Bombas de efeito moral chegaram a ser usadas para dispersar o grupo.
Em nota, a SSP informou que “lamenta que os manifestantes continuem desrespeitando a Constituição Federal, deixando de realizar o prévio aviso sobre os locais onde irão atuar e bloqueando integralmente as grandes vias de acesso, de maneira a impedir o legítimo direito de ir e vir de estudantes e trabalhadores”.
A pasta acrescenta que “permanecerá atuando para impedir que haja dano ao patrimônio, seja público ou privado, incitação de crime ou tumultos e badernas nas ruas, que prejudicam o acesso de milhões de paulistas ao trabalho”. “A Polícia Militar acompanha os protestos para resguardar a integridade física de todos os cidadãos e o direito à manifestação.”
Com cadeiras, um grupo de manifestantes bloqueou a Marginal Pinheiros, no sentido de Interlagos, na altura da Ponte Eusébio Matoso. O trânsito ficou lento na região. O grupo liberou a via por volta das 8h20. Às 9h40, outro grupo de alunos parou duas faixas da pista local, sentido Rodovia Castello Branco, na altura da Ponte Transamérica.
Na Marginal Tietê o bloqueio acontecia na pista local, sentido Rodovia Castello Branco, na altura da Ponte do Piqueri. Alunos também interditaram a Estrada do M'Boi Mirim, na altura da Avenida Guarapiranga, em ambos os sentidos.
Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), houve outros pontos de manifestação: na Rua Doutor Albuquerque Lins, altura da Praça Marechal Deodoro; e na Ponte do Socorro, sentido Centro.
A Avenida João Dias chegou a ser interditada na altura do terminal, mas a via foi liberada e os manifestantes foram para a calçada. O local chegou a ter 1 km de lentidão devido ao reflexo do bloqueio.
Outra manifestação aconteceu na Avenida Professor Francisco Morato, na altura da Jorge João Saad. A via foi rapidamente liberada. A Avenida Heitor Penteado, na altura da Avenida Pompeia, foi interditada em ambos os sentidos.
A série de protestos prejudicou o trânsito na cidade. Segundo a CET, o pico foi de 81 km às 11h. O índice, porém, está longe do maior congestionamento registrado neste ano: 181 km em 15 de junho.
Catracas
Os atos não se restringiram às ruas. Um grupo de pessoas com cadeiras escolares pularam a catraca da estação Butantã do Metrô, da Linha 4-Amarela. Os seguranças tentaram conter, mas os manifestantes conseguiram passar sem pagar.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse que há motivação política por trás dos protestos de estudantes nas ruas da capital. Desde segunda-feira (30), alunos da rede estadual passaram a bloquear importantes vias em protesto contra a reorganização escolar.
"Não é razoável obstrução de via pública, é nítido que há uma ação política no movimento. Há um nítida ação política", disse o tucano em evento no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, no Morumbi, Zona Sul da capital. "Ainda mais na Doutor Arnaldo. Só o Instituto do Câncer são mil pacientes por dia que precisam ter acesso", disse, ao citar o ato desta quarta. A avenida é considerada uma das mais importantes da cidade, pois liga a Zona Oeste à Avenida Paulista e fica na região do Hospital das Clínicas.
"A polícia dialoga, a polícia conversa, a polícia pede para as pessoas saírem, a polícia dá tempo de as pessoas saírem. Agora, não pode prejudicar quem precisa trabalhar, é preciso ter o mínimo de bom senso", disse o governador.
Jovens reclamam da PM
Entre a noite de terça e o início da tarde desta quarta (2), oito pessoas foram detidas em dois atos: um na Avenida Nove de Julho e outro, na Doutor Arnaldo. Nesta quinta não havia relatos de detenções.
Na madrugada de quarta, um casal detido após o ato na Avenida Nove de Julho também disse ter sido vítima da truculência da PM. "Me jogaram no chão, começaram a me rasgar e me levaram para o camburão", disse a roteirista Tatiana Tavares. "Eu entendo que eles tenham que fazer o trabalho deles, mas eu acho que não é dessa forma truculenta, jogando a gente no camburão.”
Outros dois menores saíram da delegacia acompanhados pelos pais. Eles disseram que foram abordados por policiais militares enquanto protestavam. “Eles bateram com o cassetete no meu braço, aí eu caí no chão e eles me arrastaram. Na hora que eu levantei para poder levarem para o camburão, colocaram o cassetete no meu pescoço e começaram a enforcar e levar”, disse um dos adolescentes.
A ação dos policiais segue orientação dada pela Secretaria da Segurança Pública (SSP). Em entrevista exclusiva ao G1 na terça, o secretário da Segurança, Alexandre de Moraes, disse que a Polícia Militar (PM) vai intervir sempre que for preciso para impedir que alunos bloqueiem as principais vias de São Paulo.
“Para resumir, bem resumido, a função da Secretaria da Segurança Pública e da polícia nesses acontecimentos é garantir que não haja dano ao patrimônio público. E não haja confusão, não haja briga entre quem queira assistir aula e quem não queira", disse Moraes. "E também nós não vamos permitir que fiquem agora obstruindo as vias principais de São Paulo."
Alckmin acrescentou que está disposto a conversar com os alunos. "Nós estamos permanentemente abertos ao diálogo com os estudantes, professores, pais e alunos. Tanto é que nós já desocupamos mais de 50 escolas através do diálogo.” A falta de diálogo é a principal queixa dos estudantes que ocupam mais de 190 escolas em todo o estado.
Cerca de 190 escolas estavam ocupadas por alunos e manifestantes contrários à reestruturação do ensino estadual de São Paulo. O balanço foi divulgado nesta terça-feira pela Secretaria de Estado da Educação. O número é inferior ao apurado pelo Sindicato dos Professores (Apeoesp), que contabiliza mais de 200 unidades paradas.
Na terça, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), publicou um decreto que autoriza a transferência de funcionários da Secretaria da Educação de uma escola para outra dentro do programa de reestruturação da rede estadual de ensino. A reorganização é motivo de protestos desde o dia 9 de novembro.
De acordo com o decreto, publicado no Diário Oficial do estado, a transferência vale para "casos em que as escolas da rede estadual deixarem de atender um ou mais segmentos, ou, quando passarem a atender novos segmentos".
Isso porque a reorganização da rede tem como um dos objetivos organizar as escolas por ciclos, segundo o governo de São Paulo, tentando concentrar alunos de uma mesma faixa etária nas escolas.
O decreto do governador Geraldo Alckmin não especifica o número de professores e funcionários de apoio que deverão ser transferidos. A Secretaria da Educação divulgou no início de novembro que 94 escolas seriam fechadas no processo de reestruturação.
Reunião
Em reunião com dirigentes de ensino, o chefe de gabinete da Secretaria da Educação Fernando Padula Novaes, braço direito do secretário Herman Voorwald, afirmou que é preciso adotar “tática de guerrilha” para acabar com o movimento. O encontro foi realizado neste domingo (29) na sede da pasta na Praça da República, no Centro da capital paulista.
O site Jornalistas Livres acompanhou o encontro e divulgou o áudio da reunião, onde a gestão prepara estratégias para desmoralizar as ocupações. Na gravação, o chefe de gabinete repete inúmeras vezes que todos ali estão “em uma guerra”. “A gente vai brigar até o fim e vamos ganhar e vamos desmoralizar [quem está lutando contra a reorganização]”, afirmou.
Também no áudio, Padula fala sobre estratégias para isolar as escolas com ocupações com maior resistência. “Nessas questões de manipular tem uma estratégia, tem método. O que vocês precisam fazer é informar, fazer a guerra de informação, porque isso que desmobiliza o pessoal”, declarou.
Segundo ele, a ideia é ir realizando transferências e deixar “no limite” a escola invadida. O chefe de gabinete ressaltou que o máximo é que ocorrerá naquela escola é que “não começará as aulas como as demais”. O decreto que regulamenta a reorganização vai na contramão da proposta de diáologo com os manifestantes do governador Geraldo Alckmin.
A Secretaria de Estado da Educação anunciou no dia 23 de setembro uma nova organização da rede estadual de ensino paulista. O objetivo é separar as escolas para que cada unidade passe a oferecer aulas de apenas um dos ciclos da educação (ensino fundamental 1, ensino fundamental 2 ou ensino médio) a partir do ano que vem.
A proposta gerou protestos de estudantes e pais porque prevê o fechamento de 93 escolas, que serão disponibilizadas para outras funções na área de educação. Além disso, pais reclamam da transferência dos filhos para outras unidades de ensino.
O chefe de gabinete também afirmou que a polícia está fazendo fotos de quem está nas ocupações e registrado as placas dos veículos estacionados nas redondezas das escolas ocupadas para identificar se há carros da Apeoesp, representantes de partidos e movimentos sociais. Após identificar os proprietários, a Secretaria de Educação pretende entrar com uma denúncia na Procuradoria Geral do Estado contra a Apeoesp.
perguntas na delegacia
Ao G1, o advogado que representa Hattori, Mario Del Cistia disse que achou a decisão coerente e "bem elaborada", porém afirma que vai recorrer. “Vou analisar a decisão e devo recorrer, pois todo o trabalho de defesa foi desenvolvido com base de que ele não foi responsável pelo acidente e deve ser absolvido."
Ainda segundo Del Cistia, Hattori já está sabendo da decisão e deve ser intimado pessoalmente nos próximos dias, enquanto o advogado deve ser avisado pelo Diário Oficial. "Ele não fez nenhum comentário. Só passei uma posição para ele e disse também que conversaríamos para saber quais as próximas providências", ressalta.
Já o responsável defesa das vítimas, Ademar Gomes de Barros, disse que vai recorrer da decisão assim que for intimado e a sentença publicada. Segundo ele, as famílias dos adolescentes que sobreviveram ao atropelamento estão inconformadas e muito decepcionadas com a decisão da Justiça. A sentença mostra, segundo Gomes, que "a Justiça não está sendo feita em um casa de um pessoa embriagada que matou seis adolescentes e deixou outros 13 com graves sequelas."
atravessar rodovia
Medidas alternativas
A decisão expedida pela juíza Daniella Camberling Querobim - tomada com base no Código de Trânsito Brasileiro - no dia 15 de novembro e registrada pelo Tribunal de Justiça no último dia 27 prevê que a pena seja realizada em regime aberto, com o cumprimento de duas medidas alternativas.
A primeira é o pagamento de três salários mínimos (o equivalente a R$ 2.364,00 com base no valor nacional) para cada uma das vítimas ou dependentes. Já a outra medida prevê a prestação de serviços a comunidade durante o período da condenação.
Além da pena, a decisão da Justiça também suspende o direito de dirigir de Hattori por quatro meses e 27 dias. O prazo pode ser aumentado por conta de medidas administrativas do Departamento de Trânsito Estadual com base na condenação por dirigir embriagado.
Hattori chegou a ser preso, levado à penitenciária de Tremembé, mas foi liberado após 17 dias de prisão e aguarda o julgamento em liberdade. A Justiça desclassificou a denúncia do crime, passando de homicídio culposo com dolo eventual para apenas homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
Entenda o caso
O acidente foi na madrugada de 6 de abril de 2014, após os 12 jovens saírem de uma festa que foi realizada em uma chácara às margens da rodovia Raposo Tavares. Hattori, que também tinha participado de uma festa, saiu de Itapetininga (SP) e seguia pela rodovia quando perdeu o controle do carro e atingiu os jovens que esperavam o ônibus em um ponto, às margens da rodovia, no trecho entre Araçoiaba da Serra (SP) e Sorocaba.
justiça em outubro, na primeira audiência sobre o
caso
Segundo a polícia, Hattori tentou fugir após o atropelamento, mas não conseguiu porque o carro não pegou e foi impedido por testemunhas. Ele foi preso em flagrante e um exame registrou índice alcoólico superior ao permitido por lei. No dia de seu depoimento, permaneceu em silêncio na delegacia por mais de 40 minutos.
A Polícia Civil de Sorocaba divulgou o resultado da investigação do acidente. O inquérito apontou que as causas do acidente foram excesso de velocidade, uso de bebida alcoólica e que Fábio Hattori dormiu ao volante.
Já o inquérito que investigava as condições em que foi realizada a festa rave em que as vítimas estavam foi arquivado pelo Ministério Público (MP) no começo de janeiro. Além do evento, o inquérito também investigava as condições do ponto de ônibus onde o grupo estava, às margens da rodovia. A assessoria de imprensa do MP confirmou o arquivamento do inquérito, mas não deu detalhes sobre o motivo.
Incêndio destrói quarto e assusta moradores em Sorocaba
Fogo pode ter começado após criança brincar no cômodo, diz bombeiros.
Moradora do imóvel está grávida, passou mal e foi levada ao pronto-socorro.
criança
O fogo começou em um quarto e atingiu a cozinha. No momento, apenas a criança e a mãe gestante estavam dentro do imóvel. A mulher grávida foi socorrida, sem queimaduras, e levada ao pronto-atendimento da zona norte. Ainda segundo o Corpo de Bombeiros, como o quarto ficou muito deteriorado não foi possível identificar ao certo como o fogo começou.
Segundo a Defesa Civil, apesar dos danos aparentes, o imóvel não precisou ser interditado. O local deve ser avaliado pelos próprios moradores durante 12 horas, período em que o calor já desapareceu completamente. Se houver desprendimento de reboco ou outro indício, a Defesa Civil pode ser acionada novamente.
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