terça-feira, 11 de outubro de 2016

MINAS GERAIS - Homem é suspeito de matar o irmão na Região Leste de Belo Horizonte

Um homem de 23 anos é suspeito de matar o irmão, de 28, nesta segunda-feira (10), no bairro Casa Branca, na Região Leste de Belo Horizonte, informou a Polícia Militar (PM).
De acordo com a PM, o crime ocorreu na Rua Patu e testemunhas contaram que o suspeito chegou à casa do irmão em uma motocicleta e que o motivo da briga foi a repartição de uma herança.
A vítima foi baleada três vezes – no tórax, antebraço e orelha. Ela chegou a ser socorrida para a Unidade de Pronto-Atendimento Leste (UPA Leste), mas não resistiu.
O suspeito fugiu e até a publicação desta reportagem não havia sido preso.



Museu do Sexo conta as histórias das prostitutas da Guaicurus, em BHObra Na Calada, de Bruno Faria, pintou a Rua Guaicurus de vermelho (Foto: Ricardo Pessetti/Divulgação)

“A ideia é desmistificar a prostituta. Torná-la ‘sujeita’ da história e não o objeto dela”. A afirmação da presidente da Associação de Prostitutas de Minas Gerais (Aprosmig), de Cida Vieira, sintetiza a importância do Museu do Sexo das Putas, intervenção artística que começou nesta sexta-feira (7) e fica em cartaz até esta quarta-feira (12) em Belo Horizonte.
As obras (exposições, vídeos e instalações) são resultado de uma imersão de 30 dias feita por dez artistas e pesquisadores em um dos 27 hotéis da Rua Guaicurus, no centro da cidade, região onde cerca de três mil profissionais do sexo trabalham, segundo a Aprosmig. O local é a zona boêmia mais famosa da cidade e
“É trazer as mulheres que estão dentro (dos hotéis) para fora. Para que as histórias delas ‘vejam a luz do sol’”, disse Cida.
Presidente da Aprosmig, Cida Vieira (Foto: Hirosuke Kitamura/Divulgação)Presidente da Aprosmig, Cida Vieira
Uma das obras, batizada de “Na Calada”, do pernambucano Bruno Faria, “coloriu” parte da Guaicurus de vermelho através de filtros colocados nos postes de luz. O ambiente procura fazer uma conexão entre a área boêmia e os bordéis, as chamadas “casas da luz vermelha”.
"A ideia foi destacar mesmo essa parte da cidade", disse o artista também autor de um guia turístico criado junto com as prostitutas. "Obacana é que as dicas que elas deram de lugar para comer, para tomar um drink, para fazer compras falam de locais próximos à Guaicurus, mas também vários shoppings e restaurantes da Savassi, do Funcionários, do Lourdes. Elas circulam sim pela cidade. Não ficam confinadas", disse.
Já o Coletivo Ligalight, de São Paulo, exibe nas fachadas dos prédios do centro imagens das prostitutas que falam de trabalho, família e violência. A intervenção leva o nome de "Asfalto Selvagem".
O fotógrafo japonês Hirosuke Kitamura, radicado em Salvador, preferiu "abraçar" a atmosfera marginal dos hotéis na mostra "Doce Obsessão". Ele usou o olhar estrangeiro para retratar o cotidiano das mulheres.

Patrimônio imaterial
A Aprosmig aproveitou a programação do museu para começar um abaixo-assinado com o objetivo de transformar a história da Guaicurus em patrimônio imaterial. “A região é rica em vivência. Artistas, poetas, escritores já passaram por aqui. Já faz parte da história de Belo Horizonte”, contou Cida. É também rua onde teria trabalhado a prostituta Hilda Furacão, romantizada pelos escritor Roberto Drummond.
A historiadora Beatriz Brusantin, que também fez parte do processo de imersão, reuniu mais de 200 registros da rua dos Guaicurus em jornais dos séculos XIX, XX e XXI. "Toda essa documentação é fundamental para que o local seja reconhecido como patrimônio. O curioso é que são poucas as menções à Guiacurus, o que nos leva a refletir sobre como o local é marginalizado", disse.
Para a presidente da Aprosmig, a iniciativa também quer valorizar as prostitutas e combater o machismo. “Essa palavra, ‘puta’, usada para diminuir as mulheres, deve ser usada para nos engrandecer. Tem que ser usada para representar grandes mulheres. Mulheres guerreiras. Mulheres batalhadoras. Mães, avós, pessoas batalhadoras”.

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