Desde que a barragem de Fundão se rompeu, 17 pessoas que perderam a vida no desastre foram identificadas. Entre elas, estão 12 trabalhadores, quatro moradores de Bento Rodrigues – a localidade mais atingida pelo “mar de lama” – e uma visitante do subdistrito da cidade histórica.
dia 5 de novembro
Santos/Arquivo pessoal)
Casado por 34 anos, o motorista era um pai companheiro. O filho diz que o tempo tem ajudado a aliviar a dor que toma a família há dois meses. “A gente está mais tranquilo, está melhor, mais conformado”, conta.
A mulher de Edimirson, Terezinha de Jesus Lopes Pessoa também afirma que o tempo trouxe alívio para ela e para o filho, mas pouco. Segundo ela, o marido, morador de Santa Bárbara, também na Região Central, estava no quadro de funcionários da Samarco havia quase 20 anos e tinha muito orgulho de trabalhar na empresa.
“Continua muito difícil, a gente vai acostumando, aceitando melhor. Mas está difícil, ainda mais porque não encontraram o corpo ainda para dar um fim nisso. Eu quero que encontre para a gente dar um fim mais digno do que deixar ele perdido lá”, desabafou.
De acordo com o tenente-coronel Cruz, do Corpo de Bombeiros, dois meses depois do rompimento da barragem de Fundão as buscas continuam, mas tomaram uma dinâmica diferente e agora são pontuais. Segundo ele, por causa das condições climáticas e da extensão da área já vistoriada, os trabalhos não são mais contínuos, sendo iniciados pela manhã e suspensos na parte da noite. Conforme o oficial, nesta segunda-feira (4), não houve buscas porque a instabilidade do tempo não ofereceu segurança aos militares.
O tenente-coronel afirma que, à medida em que áreas dentro do mineradora passam por trabalhos de contenção ou escavação, por exemplo, elas são vistoriadas pelos bombeiros. A corporação também tem realizado buscas quando indícios são encontrados e é acionada.
Foi assim no último dia 29, quando funcionários que prestavam serviço para a Samarco em um local perto de Bento Rodrigues chamaram os bombeiros. De acordo com o comandante do pelotão de Ouro Preto, o tenente Júlio César Teixeira, os militares fizeram escavações na área e encontraram parte de um corpo, que foi encaminhada para a realização de exames de identificação.
O Corpo de Bombeiros, segundo o tenente, está à espera da chegada de uma máquina de detecção metálica, que deverá ser fornecida pela mineradora. Segundo ele, o equipamento deve ser usado para a localização da cabine do caminhão-pipa, onde, provavelmente, estava Ailton. O filho do motorista conta que, nesta segunda, recebeu uma ligação do militar, informando sobre a novidade. “Com certeza, deu mais uma esperança”, disse Emerson.
Investigações
Segundo a assessoria da Polícia Civil, o prazo da primeira prorrogação do inquérito vence no dia 9 de janeiro e a corporação deve pedir mais tempo à Justiça. Ainda segundo a polícia, dois diretores da Samarco devem ser ouvidos nesta semana. Nenhum laudo da perícia foi divulgado. O delegado Rodrigo Bustamante é o responsável pelas investigações.
Ministério Público
O promotor Guilherme Meneghin Sá informou que a Samarco ainda não efetuou o pagamento de R$ 100 mil para as famílias dos mortos nas tragédias. Uma reunião no dia 13 de janeiro deve definir como este montante será pago. Segundo Meneghin, os R$ 20 mil para famílias desabrigadas moradoras dos distritos de Mariana já estão sendo pagos pela mineradora. Parte deste dinheiro, R$ 10 mil, é um adiantamento de futuras indenizações.
O promotor avalia que a Samarco está cumprindo as medidas emergenciais acordadas. "A maior parte [medidas emergencias] já foi concluída. Em termos de colocar as famílias em moradias e pagar esta verba mensal [Samarco] conseguiu pagar depois que entramos na Justiça. Poderia ter cumprido sem necessidade de entrar na Justiça", disse.
Reunião em Mariana discute destino de doações após rompimento
As doações somam pouco mais de R$ 1 milhão.
Nova reunião foi marcada para próxima segunda.
Uma reunião para discutir o destino das doações em dinheiro recebidas pelo município de Mariana
foi realizada na noite desta segunda-feira (4), dois meses depois do
rompimento da barragem de rejeitos de minério da Samarco, cujas donas
são a Vale e anglo-australiana BHP Billiton.
Participaram representantes da prefeitura da cidade, a Ordem dos Advogados do Brasil em Minas Gerais (OAB-MG), a Arquidiocese local, a Associação Comercial e moradores das áreas devastadas. As doações somam pouco mais de R$ 1 milhão.
A intenção inicial era dividir esse valor entre cadernetas de poupança em nome de crianças das famílias atingidas, para que o dinheiro fosse usado para custear estudos. Contudo, como nem todas elas tinham crianças, ficou decidido que os chefes de família que não tiverem filhos também entrarão no rateio.
Uma nova reunião foi marcada para a próxima segunda-feira (11) quando serão decididas as datas de liberação das quantias e outros detalhes do processo.
No encontro desta segunda-feira também ficou definido que haverá um leilão de bens doados por personalidades como os apresentadores de TV Ana Maria Braga e Faustão, e o ex-jogador de futebol Zico. A data ainda não foi marcada, mas deve ser em fevereiro, em Belo Horizonte.
Participaram representantes da prefeitura da cidade, a Ordem dos Advogados do Brasil em Minas Gerais (OAB-MG), a Arquidiocese local, a Associação Comercial e moradores das áreas devastadas. As doações somam pouco mais de R$ 1 milhão.
A intenção inicial era dividir esse valor entre cadernetas de poupança em nome de crianças das famílias atingidas, para que o dinheiro fosse usado para custear estudos. Contudo, como nem todas elas tinham crianças, ficou decidido que os chefes de família que não tiverem filhos também entrarão no rateio.
Uma nova reunião foi marcada para a próxima segunda-feira (11) quando serão decididas as datas de liberação das quantias e outros detalhes do processo.
No encontro desta segunda-feira também ficou definido que haverá um leilão de bens doados por personalidades como os apresentadores de TV Ana Maria Braga e Faustão, e o ex-jogador de futebol Zico. A data ainda não foi marcada, mas deve ser em fevereiro, em Belo Horizonte.
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