quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

RIO DE JANEIRO - Liminar obriga RJ a liberar imediatamente recursos para saúde


O gabinete de crise formado para discutir soluções para minimizar a crise nas unidades de saúde do Rio de Janeiro obteve na madrugada desta quarta-feira (23) uma liminar que obriga o governo estadual a disponibilizar imediatamente os recursos obrigatórios destinados à saúde.
Segundo a liminar, concedida em ação civil pública ajuizada pelo Sindicato dos Médicos e que teve parecer favorável do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, o Estado tem 24 horas para depositar no Fundo Estadual de Saúde do Rio de Janeiro os valores correspondentes a 12% de sua receita no ano. Em caso de descumprimento, o Estado será penalizado com multa diária de R$ 50 mil. O secretário de Estado de Saúde e o governador também terão que pagar multa diária de R$ 10 mil, caso não cumpram a decisão.
O gabinete de crise foi montado nesta segunda-feira (21/12) para cobrar das autoridades soluções para os problemas enfrentados pelas unidades de saúde no Estado do Rio. Integram o gabinete o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, Ministério Público Federal, Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro e as Defensorias Públicas da União e do Estado.
As instituições que fazem parte do gabinete de crise exigem uma reorganização do sistema de saúde e o cumprimento do contrato com as organizações sociais. Por falta de repasses, as instituições responsáveis pela gestão das unidades de saúde têm atrasado o pagamento dos profissionais e deixado de fornecer insumos.
Nesta quarta (23), funcionários realizaram um protesto diante do Hospital Getúlio Vargas, na Penha. A unidade é considerada referência na Zona Norte da cidade. Imagens do local mostram andares inteiros vazios e portas fechadas com cadeados.
O presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj), Pablo Vázquez, definiu como "criminosa" a situação da saúde pública no Rio de Janeiro. De acordo com ele, estão ocorrendo mortes que poderiam ser evitadas.
Mapa do problema
O Cremerj divulgou também um balanço das unidades de saúde que foram afetadas pela crise no Estado do Rio de Janeiro. A contagem foi feita com base em denúncias dos médicos de 24 unidades que fizeram denúncias.
Estão com o funcionamento parcial o Hospital Getúlio Vargas, na Penha, o Albert Schweitzer, em Realengo, e o Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, onde 30 pacientes aguardam por cirurgias ortopédicas.
A situação é considerada crítica no Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, onde faltam insumos básicos. A situação também é grave, com funcionamento precário e salários atrasados no Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia e no Hemorio, no Centro, e no Instituto de Cardiologia Aloysio de Castro, em Botafogo, na Zona Sul.
Entre as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) da rede estadual, 17 delas estão com o funcionamento comprometido ou estão fechadas. No interior do estado, também estão com problemas nas UPAs de Barra Mansa, de Cabo Frio e de Nova Friburgo. Na Baixada Fluminense, as UPAs de Duque de Caxias, de Cabuçu, em Nova Iguaçu; e de Magé apresentam atendimento precário. O Cremerj também aponta problemas em UPAs de Niterói e do Columbandê, em São Gonçalo. Na capital, as UPAs de Botafogo, de Realengo, de Jacarepaguá, Manguinhos, Marechal Hermes e Ricardo de Albuquerque.


Rio de Janeiro deve ter mais um dia de temperaturas escaldantes

Natal pode registrar até 40ºC, de acordo com o Climatempo.
Verão deve ser quente e chuvoso, de acordo com meteorologistas.


Banhistas curtem o mar em dia de calor na praia de Ipanema, na Zona Sul do Rio de Janeiro (Foto: Alessandro Buzas/Futura Press/Estadão Conteúdo)Praias devem ficar lotadas nesta quarta-feira (23) 
Os cariocas e turistas devem ter mais um dia no qual os termômetros devem marcar perto dos 40ºC. A previsão do tempo indica que o calor deve permanecer, pelo menos, até o próximo domingo (27), de acordo com o Climatempo.

A previsão do tempo para a Região Metropolitana do Rio mostra que a temperatura máxima para a cidade na quarta-feira (23) e na quinta (24) será de 37ºC. Na sexta (25), dia de Natal, o calor pode atingir até 38ºC. O céu deve permanecer aberto e com poucas nuvens. No domingo (27), os cariocas enfrentarão até 40ºC.
Na terça (22), primeiro dia do verão, começou com sol forte e levou banhistas às praias do Rio de Janeiro logo cedo. O tempo permaneceu ensolarado durante todo o dia. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a temperatura máxima chegou a 38,1°C, em Irajá, e a sensação térmica chegou a 43,8°C, no Rio Centro, Zona Oeste.
Banhistas tiveram dia ensolarado na Praia do Leblon. (Foto: Fernanda Rouvenat/ G1)Banhistas terão mais um dia ensolarado
Calor intenso
Segundo os meteorologistas, a cidade vai ferver ainda mais do que em 2015, mas também deve ter mais chuva, com temporais caindo após dias muito quentes, por causa do fenômeno El Niño.
Para Marlene Leal, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o fenômeno terá uma ação de moderada a forte no clima do estado. Segundo ela, as chuvas serão irregulares. “A temperatura deve ficar até 2°C acima do normal”, explica.
O meteorologista Alexandre Nascimento, do Climatempo, também acredita que o calor será maior do que o normal, mas a sequência de dias de calor extremo, como no início de 2015, é menos provável.
“Continuamos com um padrão maior do que o normal, mas não devemos ter uma sequência de dias extremamente quentes, com mais de 10 dias com temperaturas acima dos 40°C. Deve chover mais que em 2015”, explicou Alexandre.
Ainda de acordo com Alexandre, não há previsão de bloqueios atmosféricos que impeçam as massas de ar frio de chegar ao Rio de Janeiro, causando uma sequência de vários dias sem chuva. Para ele, a estação terá dias que começam quentes e com chuva no fim da tarde, o que faria com que as temperaturas não aumentassem tanto. Ele prevê um verão com temperaturas máximas de 33ºC.
Reservatórios
Para Marlene, apesar de o verão ser mais chuvoso do que no ano passado, ainda não será suficiente para suprir os danos causados aos reservatórios que abastecem o Rio.
“Em 2013 e 2014 tivemos uma estiagem muito grande, com um bloqueio de massa de ar quente em grande parte do país. As chuvas não devem superar os problemas nos reservatórios em um curto prazo."
Movimentação de banhistas na praia de Ipanema, Zona Sul do Rio de Janeiro  (Foto: Alessandro Buzas/Futura Press/Estadão Conteúdo)Movimentação de banhistas na praia de Ipanema, Zona Sul do Rio de Janeiro

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