Pegadas de criança, achadas próximas à janela de onde caiu Guilherme Yokoshiro, de 5 anos, na terça-feira (24), em Salvador, estão sendo analisadas por peritos da Polícia Civil. A informação é da delegada que investiga o caso, Maria Dail Rodrigues, titular da 6ª delegacia de Brotas, nesta quinta-feira (26). O garoto morreu após queda do 6° andar do prédio onde morava com os pais.
"O perito vai analisar se é algo recente ou mais antigo. Ontem [quarta-feira], quando o perito foi na casa, viu as pegadas, tirou foto e fez os registro. Outra coisa que também está sendo analisada é a tesourinha encontrada no quarto da criança. Ela foi levada para análise, e o perito vai ver se tem impressão digital", explica Dail.
Segundo a delegada, ainda na quarta-feira (25), a polícia recolheu a rede de proteção da janela de onde o menino caiu para que possam ser feitos testes de esforço e saber quantos quilos a rede aguentava.
Já com relação às imagens das câmeras de segurança do prédio, os peritos estão tentando melhorar a qualidade do material, pois as imagens estão escuras.
O pai de Guilherme, Rafael Yokoshiro, que estava cuidando da criança, havia saído de casa e deixado o menino sozinho no apartamento, na hora em que ocorreu o acidente.
De acordo com a polícia, o porteiro do prédio disse em depoimento que Rafael Yokoshiro já tinha saído outras vezes durante a madrugada. A delegada pediu imagens das câmeras de segurança do prédio nos últimos dois meses, para investigar se Rafael costumava sair de casa durante os plantões da esposa, que é enfermeira. Rafael deve ser ouvido na próxima segunda-feira (30). Outros moradores do prédio devem prestar depoimento à polícia nesta quinta-feira.
Depoimento da mãe
A mãe de Guilherme disse em depoimento à polícia, na quarta-feira (25), que não culpa o marido pela morte do filho. De acordo com a delegada Maria Dail Rodrigues, titular da 6ª delegacia de Brotas, que investiga o caso, Carla Verena, entretanto, disse estar surpresa pelo fato do marido ter deixado o filho sozinho em casa, na hora do acidente.
A mãe de Guilherme disse em depoimento à polícia, na quarta-feira (25), que não culpa o marido pela morte do filho. De acordo com a delegada Maria Dail Rodrigues, titular da 6ª delegacia de Brotas, que investiga o caso, Carla Verena, entretanto, disse estar surpresa pelo fato do marido ter deixado o filho sozinho em casa, na hora do acidente.
A delegada relatou ainda que a mãe do garoto está abalada, chorou bastante, mas afirmou que acredita que a morte do filho tenha sido uma fatalidade. Conforme Dail, Carla Verena contou que o marido sempre cuidou do menino, era amoroso, responsável e presente.
O tio de Guilherme Yokoshiro disse durante o enterro do garoto, na terça-feira, que o pai deixou a criança sozinha em casa porque decidiu sair à procura de atendimento médico.
"O que nós tomamos conhecimento é de que o pai [Rafael Yokoshiro] estava se queixando de dores na perna, foi procurar o serviço de emergência, apenas isso. Essa foi a motivação da saída dele", disse Cristiano Golveia, tio e padrinho de Guilherme.
A criança foi enterrada no cemitério Jardim da Saudade, no bairro de Brotas por volta das 17h30.
Apesar da declaração do padrinho de Guilherme, a delegada Maria Dail Rodrigues, titular da 6ª delegacia de Brotas, que investiga o caso, disse que ainda é cedo para afirmar o que aconteceu, mas destaca que as investigações levam a crer que, aparentemente, foi um acidente.
"A gente vê na imagem que ele chega em casa e dois minutos depois ele volta depressa. O elevador [a câmera] mostra ele já desesperado. Quando ele vê a criança já no solo, vem com ela no elevador e vai para o apartamento. É aí que os vizinhos ouvem os gritos de 'socorro: meu filho, meu filho'. Os vizinhos acordam e veem o que está acontecendo. Mas ninguém vê a criança caindo, exatamente. Infelizmente, a câmera não mostra. A gente ficou lá de manhã [terça] com o técnico do prédio tentando melhorar as imagens para ver se mostra o momento em que a criança cai", relatou a delegada. De acordo com ela, aparentemente a criança cortou a tela.Segundo Maria Dail, o pai do menino, Rafael Yokoshiro, saiu de casa por volta de 1h40 e voltou duas horas depois. Já a mãe é enfermeira e estava trabalhando quando ocorreu a queda.
Para Maria Dail, as investigações indicam que a criança pode ter acordado e, vendo que estava sozinha, se desesperou. Segundo informações de moradores, o menino gostava de brincar de super-herói, dizia que era Batman e voava.
"Ninguém sabe se ele tentou quando se viu sozinho no apartamento, pegou a tesourinha e tentou cortar", relata. Segundo Maria Dail, a perícia levou a tesourinha e o perito está analisando. "Parece que a cama [da criança] ficava próxima da janela", conclui.
Segundo apuração dos policiais, quando chegou em casa, o pai não encontrou a criança e desceu, constatando a queda. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado pela própria polícia, quando soube da ocorrência. O menino chegou a ser atendido, mas não resistiu. Médicos relataram que ele sofreu uma fratura no fêmur.
Ao contrário da versão da polícia, a tia avó da criança, Tânea Mendes, contou que o pai do garoto estava no apartamento quando aconteceu o acidente. "Eu acho que quando ele caiu já deve ter morrido naquele momento. O pai se apavorou, procurou e não viu o garoto no quarto. Ele estava no apartamento e desceu correndo. Ele caiu no parquinho. O pai ouviu um barulho, desceu, pegou a criança na tentativa de dar socorro. Ele tentou reanimar e tudo", contou a tia avó.
Caso
Um menino de 5 anos morreu ao cair do sexto andar de um prédio no bairro de Brotas, em Salvador, na madrugada de terça-feira. A Central de Polícia (Centel) registrou um chamado às 3h37 da queda da criança. Segundo a delegada que acompanhou as primeiras investigações, Elaine Laranjeiras, o garoto caiu da janela do quarto dos pais.
Um menino de 5 anos morreu ao cair do sexto andar de um prédio no bairro de Brotas, em Salvador, na madrugada de terça-feira. A Central de Polícia (Centel) registrou um chamado às 3h37 da queda da criança. Segundo a delegada que acompanhou as primeiras investigações, Elaine Laranjeiras, o garoto caiu da janela do quarto dos pais.
Ainda de acordo com a delegada, a mãe do menino não estava em casa no momento da queda. Ela é enfermeira e estava de plantão quando aconteceu o acidente. Elaine Laranjeiras chegou a confirmar que o pai estava no prédio no momento da queda. O corpo do menino foi retirado pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT) por volta das 7h30. O caso será investigado pela 6ª delegacia, que fica no bairro de Brotas.
Relato da família
De acordo com Tânea, o menino era filho único e tinha bom relacionamento com as pessoas. “Muito esperto, falante, uma criança linda, chamavam ele de deputado porque falava tão direitinho com as mãos, se expressava. Filho único, neto único da minha irmã, sobrinho único, muito difícil", relatou emocionada.
De acordo com Tânea, o menino era filho único e tinha bom relacionamento com as pessoas. “Muito esperto, falante, uma criança linda, chamavam ele de deputado porque falava tão direitinho com as mãos, se expressava. Filho único, neto único da minha irmã, sobrinho único, muito difícil", relatou emocionada.
Segundo ela, a rede de proteção estava em perfeito estado antes do acidente. “Ela foi danificada no acidente. Não sabemos como é que foi, até porque se diz que ela não corta com faca. Eu não sei se lá dentro, porque eu não entrei no condomínio, se tinha algum objeto cortante, como tesoura e tudo, porque com faca ela não corta. Ela tem a garantia de que ela não corta com faca. Então, eu não entrei no apartamento e não sei informar", detalha. "Estamos em estado de choque, até porque a tragédia acontece nas outras famílias e a gente nunca entende que pode vir para a nossa também", lamenta.
Os pais do garoto deixaram a residência com ajuda da família na manhã de terça. "A gente está tirando ela e ele do apartamento. Provavelmente ele deve ir para a casa da mãe dele e ela está com a gente. Eu estou indo na frente. A mãe não queria sair de casa e o pai não quer ficar de jeito nenhum. Então, estamos tentando acomodação com o restante da família para ver como vai ser a posição", relatou.
A tia avó do garoto ainda informou que os pais sempre moraram no apartamento e nunca tiveram problemas. "Eles são ótimos. Ele é muito legal e ela tem natureza boa", afirma.
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